Procrastinação é o ato de deixar algo para resolver depois. Começa a ser prejudicial quando se torna comum a ponto de não conseguir começar algo que precisa ser feito ou terminar o que precisa ser finalizado.
O influenciador digital e empresário Ivan Moniz conta que todas as pessoas convivem com altos e baixos na vida. Existem dias que conseguem vencer a procrastinação correndo atrás dos objetivos, mas em outros perdem a batalha desmotivados e sem vontade de enfrentar dificuldades ou alcançar objetivos.
“Muitas vezes o olhar de comparação para a vida editada das redes sociais faz com que a gente acredite que as pessoas estão motivadas e empolgadas com a vida o tempo todo. Aquela história de expectativa versus realidade. Nas redes sociais tudo é perfeito, melhor, mas tudo é photoshopado mostrando uma realidade plastificada de um mundo fictício”, diz Ivan.
Segundo ele, permanecer com a energia e motivação em alta o tempo todo é uma missão impossível, pois o cérebro humano não tem capacidade de funcionar assim. O cérebro é responsável em governar a motivação e a vontade de fazer algo, conhecido como sistema de recompensa coordenada por uma substância química chamada dopamina, que desperta o desejo de fazer alguma coisa e controlar o ímpeto ou a motivação para fazer. Nível baixo de dopamina gera pouca energia, falta de ânimo e falta de vontade para fazer o que precisa ser feito.
Ivan lembra que a sociedade atual vive cercada de hiperestímulos que tendem a maximizar o nível de dopamina estimulando a pornografia ou consumo de alimentos industrializados por exemplo. São estímulos que não são naturais e sua construção é criada de forma artificial para maximizar o desejo e o prazer. Hiperestímulos geram picos de dopamina frequentes no cérebro derrubando o nível de receptores de dopamina e outras substâncias associadas à motivação e prazer.
“Esse processo causa o que a ciência chama de dessensibilização do sistema de recompensa do cérebro diminuindo a vontade de fazer alguma coisa que se torna ainda pior quando o cérebro se encontra em formação, perigo iminente da alta exposição de crianças a aparelhos tecnológicos como o tablet e o celular. O celular é uma das maiores fontes de hiperestímulos e as redes sociais foram criadas com intuito de produzir desejo constante de arrastar a tela. Pesquisas comprovam que crianças e adolescentes passam muito mais tempo nas redes sociais do que na Netflix ou outros streamings”, completa Ivan.
A estimulação e hiperestimulação constante fazem o cérebro se autorregular tornando o sistema de recompensa insensível a estímulos saudavéis e naturais gerando a procrastinação. Em um mundo repleto de estímulos fáceis, rapidos e prazerosos, estudar, trabalhar e fazer o que precisa ser feito passam a ser entediantes e cansativos para o cérebro.
“A falta de foco, ansiedade, baixa energia, medo do desconhecido, falta de concentração, são outras causas da procrastinação. A grande chave para vencer essas prisões emocionais é o autoconhecimento que se torna sinônimo de liberdade. A cura da procrastinação é o tédio e para isso é preciso fechar as portas das distrações apagando a possibilidade de estimulação do seu cérebro. É necessário eliminar tudo que te impede de fazer o que tem que ser feito. Não existe mudança sem desconforto e no nosso mundo de prazeres rápidos e passageiros parece que tudo tem obrigação de ser veloz, fácil, intenso, prazerozo e confortável. Você precisa ter atitude e ir em direção à mudança”, finaliza Ivan Moniz.